Várias explosões fortes foram ouvidas na capital do Irão, Teerão, e na cidade vizinha de Karaj, neste sábado, relataram meios de comunicação social iranianos, acrescentando que a causa era desconhecida. Israel confirmou entretanto a autoria do ataque e explicou estar a levar a cabo uma operação que visa alvos militares. Não atacou, contudo, centrais nucleares ou estruturas petrolíferas iranianas, de acordo com as televisões ABC News e NBC News citadas pela Reuters.
A TV estatal iraniana disse que várias explosões fortes foram ouvidas em torno da capital. Numa declaração oficial, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla inglesa) afirmam que o ataque surge como “resposta a meses de ataques contínuos do regime do Irão contra o Estado de Israel”.
“Como qualquer outro país soberano no mundo, o Estado de Israel tem o direito e o dever de responder”, garante o exército israelita, que afirma que fará “tudo o que for necessário para defender o Estado de Israel e o povo de Israel”. “As nossas capacidades defensivas e ofensivas estão totalmente mobilizadas”, asseguram as IDF.
O gabinete do primeiro-ministro israelita divulgou uma imagem de Benjamin Netanyahu no quartel das IDF, reunido com o ministro da Defesa Yoav Gallant e outros militares, enquanto decorrem os ataques em território iraniano.
“Foi um som muito alto e o céu ficou vermelho”, disse um residente em Teerão, que não quis ser identificado, à Reuters. A agência estatal iraniana Press TV afirma que os vários sons de explosões ouvidos devem-se aos sistemas de defesa aérea do país. A IRNA, outra agência estatal, relata que a situação nos aeroportos de Mehrabad e Imam Khomeini está normal, sem qualquer perturbação.
De acordo com o site Axios, a Casa Branca foi informada por Israel acerca da operação militar “com horas de antecedência”. O Pentágono, por sua vez, esclarece que as forças norte-americanas não participaram no ataque. Sean Savett, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, afirmou, citado pela France Presse (AFP), que os ataques são “um exercício de autodefesa”. A vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, foi informada do ataque e está a acompanhar de perto a evolução dos acontecimentos, avança a Reuters.
Israel estava planejando uma resposta desde que o Irã lançou mísseis no território israelense em 1º de outubro, o segundo ataque direto de Teerã a Israel em seis meses.
Benjamin Netanyahu afirmou que esse ataque tinha sido “um grande erro” e prometeu que o Irão iria “pagar por isso”. “O regime do Irão não compreende a nossa determinação em nos defendermos e a nossa determinação em retaliar contra os nossos inimigos”.
Ataques israelitas a instalações militares na Síria
Entre outros alvos, este ataque aéreo israelita visou algumas instalações militares no centro e sul da Síria, informou a agência de notícias estatal síria SANA.
As forças de defesa aérea sírias interceptaram mísseis lançados por Israel que surgiram vindos “da direcção dos Montes Golã sírios ocupados por Israel e dos territórios libaneses” e abateram alguns deles, acrescentou a SANA.
Neste sábado, a SANA noticiou também explosões nas imediações de Damasco, capital da Síria.