Recent News

Prostituição de menor. “Foi uma coisa que aconteceu”, diz dirigente do Chega acusado

Prostituição de menor. “Foi uma coisa que aconteceu”, diz dirigente do Chega acusado


Nuno Pardal, o eleito do Chega na Assembleia Municipal de Lisboa que está a ser acusado de envolvimento sexual com um rapaz de 15 anos, admite ao PÚBLICO ter tido actos dessa natureza com o menor, mas garante que não sabia a idade da vítima. E assegura ainda não ter como prática habitual recorrer aos serviços sexuais de desconhecidos a troco de dinheiro. “Foi uma coisa que aconteceu, um momento. Não costumo ter estas práticas”, afirma Pardal, contra o qual o Ministério Público deduziu acusação pela prática do crime de recurso à prostituição de menores agravado, sendo-lhe imputados dois, um na forma consumada e o outro na forma tentada.

Ao PÚBLICO, Nuno Pardal confirma o essencial dos factos de que é acusado, embora reitere a sua inocência no que se refere ao desconhecimento de que o rapaz com quem se envolveu sexualmente seria menor. “Não sabia mesmo que ele era menor de idade. Se soubesse, não me teria envolvido, como é óbvio”, diz o até agora deputado municipal do Chega, cargo de que se prepara para abdicar. “Estou a tratar desse assunto”, explica o eleito que, enquanto membro da Assembleia Municipal de Lisboa, fazia parte do Grupo de Trabalho da Assembleia das Crianças de Lisboa.

Criado em 2022, o grupo resulta de uma parceria entre a assembleia, as juntas de freguesia e as escolas da cidade, para constituir um órgão consultivo, informal, que reúne duas crianças de cada uma das 24 freguesias da cidade, um rapaz e uma rapariga , com idades compreendidas entre os oito e os doze anos, para se pronunciarem sobre as políticas públicas que envolvem as crianças. Ao PÚBLICO, fonte do Chega na Assembleia Municipal de Lisboa diz que o partido foi “apanhado de surpresa, estando toda a gente em choque com isto”.

Nuno Pardal diz estar a preparar a defesa, com o seu advogado, garantindo só agora ter tido acesso integral à acusação. “Vou fazer tudo para conseguir provar a minha inocência. Ainda me estou a inteirar dos factos que constam da acusação”, informa o deputado municipal do Chega, assegurando ao PÚBLICO não ter por hábito recorrer a este género de encontros sexuais com desconhecidos, sejam eles maiores ou menores.

“Foi uma coisa que aconteceu, um momento. Não costumo ter estas práticas. Não é uma coisa que faça habitualmente”, assegura. Mas faz questão de dizer que nem tudo o que se diz corresponde ao que se terá passado. “Há ali relatos, na acusação, que não são verdadeiros e irei fazer tudo para demonstrar isso. Assumo o encontro com aquele rapaz ou homem, mas o qual eu desconhecia que fosse menor de idade”, afirma.

Pardal diz que informou o presidente do seu partido, André Ventura, nesta quarta-feira, quando soube que o jornal Expresso iria noticiar o seu envolvimento neste caso. “Tive o cuidado de lhe relatar os factos em causa”, assegura. Explica, porém, que, neste momento, o que mais o preocupa não são as sequelas políticas deste caso, mas sim as implicações do mesmo na sua vida. “Estou transtornadíssimo com tudo isto, como é óbvio. E nem sequer é tanto com as consequências políticas, é mais no campo pessoal. Trata-se da minha reputação. Tenho dois filhos”, diz.

Apesar de renunciar a cargos políticos, o suspeito de envolvimento sexual com um menor diz ao PÚBLICO que vai fazer tudo para manter a sua actividade profissional no campo da comunicação. “Neste momento, estou muito perturbado com tudo isto, mas tenho de levar a vida para a frente. Vou continuar a trabalhar. Tenho de viver. Tenho de ter discernimento para ultrapassar isto”, desabafa.

Numa nota publicada nesta quinta-feira, o núcleo de Cascais do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público informa ter deduzido acusação contra dois arguidos, de 76 e 54 anos, pela prática do crime de recurso à prostituição de menores agravado . O segundo é Nuno Pardal. Os factos ocorreram em 2023. De acordo com a nota, em ambos os casos, o assistente, com 15 anos de idade à data, conheceu os arguidos na aplicação Grindr e combinou encontros com estes. “No decurso dos encontros – um, no dia 12 de Julho, com o primeiro arguido e outro, no dia seguinte, com o segundo arguido –, o assistente, tendo previamente informado os arguidos da sua idade, manteve com estes relações sexuais a troco de dinheiro”, relata a informação.

“O segundo arguido ainda voltou a tentar contactar o assistente em Setembro desse mesmo ano, com o propósito de marcar um novo encontro. Os arguidos sabiam que o assistente tinha 15 anos, agiram sempre de forma livre, voluntária e consciente, bem sabendo que a sua conduta era proibida e punida por lei penal”, continua a nota do Ministério Público.



Source link

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *