O recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou esta segunda-feira que pretende declarar o estado de emergência no país e mobilizar as forças armadas para cumprir a sua promessa de deportações em massa de imigrantes indocumentados, logo que tome posse a 20 de Janeiro de 2025.
Trump compartilhou na rede social Truth Social (do qual é dono) uma mensagem do líder do movimento conservador Judicial Watch, Tom Fitton, sobre a intenção de o futuro governo declarar estado de emergência nacional para poder recorrer às forças armadas na execução de deportações em larga escala.
“Boas notícias. Há relatos de que o próximo Governo de Donald Trump está preparado para declarar emergência nacional e usar meios militares para reverter a invasão de [Joe] Biden por meio de um programa de deportação em massa”, diz a mensagem de Fitton, compartilhada nesta segunda-feira e aprovada por Trump, que reagiu dizendo apenas: “É verdade!” (na postagem original: “verdadeiro!!!”).
Trump declarou que recorreria ao poder militar e a aliados em nível estadual e local, mas os detalhes desse plano, que o futuro Presidente já anuncia como “o maior programa de deportação da história da América”, continuam a ser esclarecidos.
De acordo com uma estimativa do Pew Research Center, em 2022 havia cerca de 11 milhões de pessoas vivendo em situação irregular nos Estados Unidos. No total, segundo o site de notícias norte-americano Axios, a deportação de imigrantes em situação irregular no país poderá afectar cerca de 20 milhões de famílias.
Há uma semana, Tom Homan — descrito pelo Presidente-eleito como “czar das fronteiras” — foi nomeado responsável pelo controle de fronteira e pela “deportação de estrangeiros ilegais”.
Homan já tinha sido a escolha de Donald Trump para a imigração no seu primeiro mandato, de 2017 a 2021, tendo ocupado o cargo de director interino da agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE, na sigla em inglês) entre 2017 e 2018. É considerado o principal ideólogo da política de “tolerância zero” de 2017, em que milhares de crianças migrantes foram separadas dos pais e colocadas em detenção.
Esteve ainda envolvido na maior deportação alguma vez realizada no país, em 2013, sob a administração democrata de Barack Obama, com cerca de 432 mil expulsões.