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Whiskey on the Rocks: quando o mundo esteve à beira da Terceira Guerra Mundial

Whiskey on the Rocks: quando o mundo esteve à beira da Terceira Guerra Mundial


Em 1981, chegou aos cinemas internacionais o estranho Rugidofilme escrito e dirigido pelo agente e produtor Noel Marshall, à época casado com sua cliente Tippi Hedren. Os dois viviam com felinos selvagens em casa e ele queria mostrar essa vida familiar. A filmagem foi um desastre que os levou ao divórcio e a danos físicos causados ​​à equipe e ao elenco, incluindo o diretor de fotografia Jan de Bont, que foi escalpelado por um leão, ou Melanie Griffith, filha de Hedren, que ainda se recusa a falar do filme. Anos depois, passou nos cinemas americanos como uma comédia involuntária, da qual as pessoas podiam rir porque sabiam que ninguém tinha morrido fazendo o filme, por mais perigo que tivessem passado.

Uísque com gelo é uma nova minissérie sueca sobre um episódio da Guerra Fria em que, no ano de 1981, um submarino soviético acidentalmente encalhou em rochas na neutra Suécia, o que levou a um impasse de 11 dias que poderia, achava-se na época, ter dado origem à Terceira Guerra Mundial. Criada por Henrik Jansson-Schweizer a partir de um conto de Jonas Jonasson, a série estreia no Disney+ nesta quarta-feira.



Ela é feita com um tom cômico, dando autorização para os espectadores rirem de tudo isso: sabemos que acabou não acontecendo nada de grave internacionalmente e o mundo não acabou. Podemos olhar para as personalidades dos grandes homens poderosos da época, com o primeiro-ministro sueco Thorbjörn Fälldin, o americano Ronald Reagan, um caubói sempre a contar anedotas de russos e Leonid Brejnev, o líder russo.

Em outubro, Jansson-Schweizer e Björn Stein, o diretor dos seis episódios, falaram com o PÚBLICO via Zoom. A série, diz Björn, “é uma maneira de olhar para homens com poder e o quão maus eles são com poder, independente do país donde vêm, são todos bastante maus, o que é divertido de se ver”. O diretor estima que 80% da série seja baseada em fatos reais, com alguma invenção da parte da equipe criativa. Ele fala sobre mostrar a John Strandh, o diretor de fotografia, um documentário sobre o episódio e a reação deste: “Oh meu deus, isso realmente aconteceu. Achava que era tudo zoeira”, afirma.

Escolheram a sátira. O argumentista explica: “É como a crise dos mísseis de Cuba [de 1962] do norte. Na nossa arena temos Brejnev, na USSR, muito velho, talvez com problemas de álcool e a sofrer de demência, no outro lado Reagan, a odiar os comunistas, no meio disso temos o submarino e o primeiro-ministro sueco, um ex-criador de ovelhas que não falava uma palavra de inglês”. São ingredientes “hilariantes”. “Não dá para fazer um filme de ação com essa premissa”, mantém. Eles tentaram e “não colava”, então decidiram pela “sátira”, com cenas em que, através de mulheres intérpretes menos tempestuosas do que eles, Brejnev e Reagan ameaçam e insultam um ao outro ao telefone, mas nunca realmente entendem o que um e outro disseram. Ainda assim, Stein compartilha que abordou, visualmente, a série como “um filme de ação de espiões”.

Em termos de elementos novos, eles adicionaram uma conclusão diferente para um dos fios narrativos em que, ao contrário do que aconteceu na realidade, “alguém poderia ter morrido”, explica Jansson-Schweizer. Há um general que fica feliz por tudo o que está acontecendo. Na vida real, havia um general bastante comedido, então mudaram-lhe o nome e transformou-se numa amálgama, avança Stein, dos homens com quem se cruzaram quando fizeram o serviço militar obrigatório, baseando-o também num funcionário do governo que, aquando da crise, ele ficou animado por estar vendo algum tipo de combate e exclamou “finalmente!”. Eles até tentaram colocar Ingmar Bergman em algum lugar da história, mas desistiram, porque seria esticar demais a corda. “Há pessoas que ainda estão vivas e outras que já morreram e é preciso ter algum respeito, mas uma figura pública também tem que tolerar que zombem dela”.

Rolf Lassgård, respeitado ator que fez filmes como Um Homem Chamado Ovede Hannes Holm, faz o primeiro-ministro sueco. Ele explica, também via Zoomque tentou dar ao seu personagem, em meio a muito exagero entre os atores que fazem desses líderes, um caráter menos de uma imitação cômica e mais de “calor”. “Ele é meio que o anti-herói da série, eu queria que ele fosse mais pé no chão, é assim que eu abordo a comédia e o humor, com seriedade”, resume.



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